terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ei, vejo. Ei, não vejo. Por Dé Thená

ei
não vejo coisas aqui

ei
vejo coisas ali

vejo
um povo pobre
escoltado por miséria
desnutrido em educação

não vejo
pais e mães com tias nas escolas
quando muito vejo escolas
escolas de paredes fechadas, escolas

ei
vejo coisas aqui

ei
não vejo coisas ali

a tragédia do Brasil é seu trajeto
os dejetos a céu aberto
somos sua gentil companhia de honra
somos putas e putanheiros em zonas

todo movimento calculado com frieza e distração
toda forma de vida tem número e inscrição
tem que nascer, ter que morrer
pro filho poder comer

ei
vejo aqui ali

ei
vejo ali aqui

to cansado dessa terra
arada e árida que só chove de um lado
do país futuro, que porra de futuro longe que nunca chega
do país dos brancos, negros, políticos e judeus

ouviram do Ipiranga e lhe viraram as costas
de um povo heróico, bravo e retumbante
confiaram a vida a um fio de barbante
que rompe e te mata como o poder


F-I-M
Dé Thená

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