segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Flores de Outono

As flores de Outono são as mais vivas que já vi. O perfume intenso alimenta minhas fracas e persistentes veias.

Estou para as flores de Outono, como as palavras para o poeta. A simbiose mais intensa do universo. Não há nada que se compare...

As flores de Outono, outrora livres, caem, alimentam o chão e, para àqueles que têm fé e coragem, simboliza o renascimento, o rejuvenescimento. O rebento.

Devíamos, assim como as flores de Outono, nos permitir o contato com o chão, para nos tornarmos melhores e mais fortes.

Lembre-se. Cada Outono é um recomeço.

Quando tiveres caído, entorpeça-se das flores de Outono. É a tua grande chance de recomeçar.

Dé Sant'a Fé.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Toda guerra tem um final feliz.

O varal sem roupas,
A Árvore sem flores,
As janelas pintadas de terra,
O mato devorando as paredes e portas,
O ar, rude feito à morte.

O perfume pavoroso de pólvora, o medo contido e contínuo, o pavor cravado nas vísceras, o sangue espesso e esparramado, a fome e suas variações alucinógenas, o frio vociferante e incessante, o abandono singular em massa, a guerra, há guerra, à guerra, como uma doença crônica, corroia-nos o que sobrara dos cálidos corpos em decomposição.

Todavia, naquele casebre, donde não havia vida, estávamos seguros da morte. Precisávamos calculá-la e planejá-la. Na guerra, há de se morrer com distinção.

Ainda assim, o pulso, pulsava,
O coração, fraquejado, batia,
As pernas, trêmulas, nos mantinham.

A indústria bélica alimentava-nos de toda catástrofe e barbárie humana e, no mesmo grau, tingia-nos de todo sangue que pudesse.

Restava-nos, um ao outro, um velho casebre, uma garrafa de vodka e uma derradeira noite de amor.

Na manhã seguinte, estaríamos libertos.

Como bom ateu, beijei-a em tom de adeus. Ela sorriu e disse até logo e nos encontramos do lado de lá.

Dé Sta Fé.

Meu 1º Causo.

E nestas minhas andanças pelo planeta a fora, tem uma história que jamais me esquecerei. Escreverei em forma de verso, pois doutra forma não sei.

Era matuto de estudo,
Mas conhecia da vida,

No ‘borso’ não tinha um tostão,
Mas era nobre e de ‘bão’ coração,

Trajava um punhado de pano ‘véio’
Se ‘carçava’ com duas solas de pé,
E se punha a andar, feito vento no sertão,

Conhecido das flores e dos bichos,
Trazia consigo o trovão, seu violão,
A foto da finada mãe e a solidão,

Gostava dos dias de chuva e das noites brandas,
Era compositor, vagabundo e doutor,
Violeiro, andarilho e zombeteiro,

Eis que um dia bate a minha porta um senhor,
Trajando um punhado de pano e se dizendo doutor,

Pediu um copo d’água, comida e uma noite tranqüila,
Em troca dizia que faria uma moda e noutro dia cedo se ia,

Topei, pois num acreditei que fosse capaz daquela viola tocar,
A viola não tinha corda, o doutor não tinha sapato, nada estava no lugar,

Ele bebeu, comeu, dormiu e noutro dia sumiu,

Passado alguns anos, num domingo ‘quarquer’,
Ligo a televisão pra ver se tinha alguma coisa de ‘bão’,
Vejo um moço bonito de cabelo comprido, de chapéu, bota e violão,
Se dizia doutor, mensageiro de Deus e viajante do sertão,

E pedia ‘descurpa’ ao pai,
Pois a sua casa esteve dois anos atrás,
E por ‘farta’ das cordas, do cansaço e da fome,
Não pode sua viola velha tocar,

Mas que não tinha problema,
Que havia vencido na vida,
E que ainda naquele dia,
‘Vortaria’ lá para a viola tocar,

Eu, um velho andarilho, gostei do rapaz,
Desliguei a tela e fui me deitar,

E na hora da janta, quando o padeiro levanta,
Ouço um barulho na porta, que de começo apressou em me assustar,
Era aquele moço dizendo que veio de longe para sua viola velha tocar.

Dé Sta Fé

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A.L.M.A

O tempo escorre pelos dedos da mão e, cada calo surrado, é um duelo conquistado, uma batalha travada com triunfo. Acredite, é no apertar das mãos, no ato de cumprimentar, que conhecemos a honra e dignidade de um homem.

As rugas mostram-no que, soubemos proteger nossa alma, guardá-la do inimigo. Talvez, seja esse, o grande desafio humano, a proteção a alma....

Procure prosear com tua alma e, afianço-lhe, viverá melhor e, compreenderá toda imensidão que há em ti. Cada um é um universo.

O cérebro é a razão do homem, o coração é um músculo vital e, a alma, é a emoção.

A alma é a inventora do amor.

A dor é o desespero da alma.

A fé é o equilíbrio.

A coragem é a fúria.

A alegria é o sopro calmo no cume do furacão.

Portanto, caros amigos, não fosse a alma, não haveria sentido.

Dé Sant'a Fé
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