quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Meu 1º Causo.

E nestas minhas andanças pelo planeta a fora, tem uma história que jamais me esquecerei. Escreverei em forma de verso, pois doutra forma não sei.

Era matuto de estudo,
Mas conhecia da vida,

No ‘borso’ não tinha um tostão,
Mas era nobre e de ‘bão’ coração,

Trajava um punhado de pano ‘véio’
Se ‘carçava’ com duas solas de pé,
E se punha a andar, feito vento no sertão,

Conhecido das flores e dos bichos,
Trazia consigo o trovão, seu violão,
A foto da finada mãe e a solidão,

Gostava dos dias de chuva e das noites brandas,
Era compositor, vagabundo e doutor,
Violeiro, andarilho e zombeteiro,

Eis que um dia bate a minha porta um senhor,
Trajando um punhado de pano e se dizendo doutor,

Pediu um copo d’água, comida e uma noite tranqüila,
Em troca dizia que faria uma moda e noutro dia cedo se ia,

Topei, pois num acreditei que fosse capaz daquela viola tocar,
A viola não tinha corda, o doutor não tinha sapato, nada estava no lugar,

Ele bebeu, comeu, dormiu e noutro dia sumiu,

Passado alguns anos, num domingo ‘quarquer’,
Ligo a televisão pra ver se tinha alguma coisa de ‘bão’,
Vejo um moço bonito de cabelo comprido, de chapéu, bota e violão,
Se dizia doutor, mensageiro de Deus e viajante do sertão,

E pedia ‘descurpa’ ao pai,
Pois a sua casa esteve dois anos atrás,
E por ‘farta’ das cordas, do cansaço e da fome,
Não pode sua viola velha tocar,

Mas que não tinha problema,
Que havia vencido na vida,
E que ainda naquele dia,
‘Vortaria’ lá para a viola tocar,

Eu, um velho andarilho, gostei do rapaz,
Desliguei a tela e fui me deitar,

E na hora da janta, quando o padeiro levanta,
Ouço um barulho na porta, que de começo apressou em me assustar,
Era aquele moço dizendo que veio de longe para sua viola velha tocar.

Dé Sta Fé

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