sábado, 29 de outubro de 2011

É assim que se ama.


Hoje
quero me perder
por aí...
em você

Sair 
em rumo à rua 
que minha cara
encontra tua
...

Os cílios verdes
Os olhos compridos
...
Cantei
às cigarras e
aos ciganos
das ruas

Tratei
como jardineiro
que cura
a terra turva
...

As verdades que te disse
Procure esquecer
...

Dé Sant'a Fé

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sono





O sono, 
Finda todas minhas inquietações que,
no dia seguinte, ao despertar da pestana,
Renascerão.

Dé Sant'a Fé

domingo, 23 de outubro de 2011

Trecho do livro que estou escrevendo.


A flor de lis
Que desenhei com giz

As noites de março
Que desenhei no quarto
Escuro


Me esqueceram de avisar
Que o trem partiu
E me deixou ficar

Agora tarde
Eu me perdi
Me confundi no teu olhar

...
Os panos claros
Que pendurei nos quadros

As partituras
Que aprendi nas ruas
Tinham...

O amornecer  
E a tontura
Visceral

...
Agora só
Me resta te amar

sábado, 22 de outubro de 2011

Viver não dói

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana, que gerou
em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projecções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.

O sofrimento é opcional.

Carlos Drummond de Andrade

É correto impedir a eleição de analfabetos?

Entendo o analfabetismo como um problema de saúde pública. Partindo desta premissa, que moral o estado tem para impedir a elegibilidade de um analfabeto?

Um governo que não oferece educação básica à grande massa, não tem moral nem argumentos para impedir a elegibilidade de um analfabeto.

Considero que, o estado enquanto responsável pela formulação de leis e diretrizes de um país, seja, na íntegra, a causa e o efeito no que refere-se à educação, bem como a saúde e etc.

Portanto, é deveras incoerente e paradoxal, impedir que “tiriricas” possam concorrer e usufruir de cargos públicos.

Ainda, saliento que, sofremos do pior tipo de analfabetismo, o funcional. E um país de analfabetos funcionais, também não tem moral suficiente para se colocar a favor do impedimento.

Particularmente, serei contra a elegibilidade de analfabetos, a partir do momento que os “tiriricas” representarem um por cento do nosso povo. Todavia, enquanto for um número altamente representativo, continuarei sendo a favor. Um povo precisa de representantes com a sua cara.

Finalizo com uma analogia grosseira e barata. Impedir a eleição de analfabetos seria o mesmo que impedir as negras de desfilarem nas escolas de samba. O analfabetismo no Brasil, além de ser um problema de saúde pública, é cultural.

Obrigado,
Dé Sant’a Fé.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O amor que recordei sozinho


Quanto tempo faz
Àquele coração
A palma da tua mão
O beijo no mirar

Teus olhos negros
Em direção ao mar
Nos jardins tão verdes
Um oceano a navegar

Meu corpo cálido implora
Um pouco mais do que esmola

Meu corpo nu sem direção
Aguarda anseio por um coração

No teu silêncio
Onde crio meus castelos
Onde a tenho por perto
Onde ninguém te tira

No teu corpo
Entranhei-me
Deixe-me aqui
Este mês

Quero estar acordado
Quando você abrir a porta

E precisar falar comigo

O amor que recordei sozinho...

Fim

Dé Sant'a Fé

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Rapidinha.

O corpo pede
A cabeça nega
A régua mede
A flor se rega

O amor se ganha
O medo se perde
O beijo assanha
A alma ferve

Dé Sant'a Fé

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