Entendo o analfabetismo como um problema de saúde pública. Partindo desta premissa, que moral o estado tem para impedir a elegibilidade de um analfabeto?
Um governo que não oferece educação básica à grande massa, não tem moral nem argumentos para impedir a elegibilidade de um analfabeto.
Considero que, o estado enquanto responsável pela formulação de leis e diretrizes de um país, seja, na íntegra, a causa e o efeito no que refere-se à educação, bem como a saúde e etc.
Portanto, é deveras incoerente e paradoxal, impedir que “tiriricas” possam concorrer e usufruir de cargos públicos.
Ainda, saliento que, sofremos do pior tipo de analfabetismo, o funcional. E um país de analfabetos funcionais, também não tem moral suficiente para se colocar a favor do impedimento.
Particularmente, serei contra a elegibilidade de analfabetos, a partir do momento que os “tiriricas” representarem um por cento do nosso povo. Todavia, enquanto for um número altamente representativo, continuarei sendo a favor. Um povo precisa de representantes com a sua cara.
Finalizo com uma analogia grosseira e barata. Impedir a eleição de analfabetos seria o mesmo que impedir as negras de desfilarem nas escolas de samba. O analfabetismo no Brasil, além de ser um problema de saúde pública, é cultural.
Obrigado,
Dé Sant’a Fé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário