É tão longo o Novembro
Ouço, daqui, o soluço do vento
Atento ao vôo dos pombos,
Observo sem nada ver,
Com olhos esbugalhados,
Famintos, sedentos
É tão longo o Novembro
O frio opõe-se aos vidros embaciados e,
Como numa tarde maçada de verão, me consome
Minha vitrola não toca desde o toque de recolher e,
Todo som que ressoa a minha volta, é ensurdecedor
É tão longo o Novembro
Gasto de espírito e, não fosse questão de honra,
Feito pedaço de papel, lançava-me pela janela,
Feito água, perder-me-ia na imensidão da liberdade
Feito ar, dissipar-me-ia aos céus e, mísero, imploraria clemência
É tão longo o Novembro
Afianço-lhe, querido amigo pedaço de papel,
Donde houver uma flor que resista às tempestades
Donde houver amor que persista frente à guerra
Estarei como manifesto dos dias que fizeram deste Novembro,
O sepultamento dos sonhos, da alegria e da vida.
Dé Sta Fé.
sábado, 28 de janeiro de 2012
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