sábado, 28 de agosto de 2010

Para sempre gravada em mim, por Dé Henrique.

Sozinho, em meu quarto, te procuro adentro.
Permaneço calado, na companhia da solidão.

Tua voz tão muda me conforta.
Ainda assim, ao meu jeito, te tenho.

Não sei se percebestes.
Tenho estado bastante ao teu lado.
E você, sempre escondida atrás da porta.

Teus erros te sufocam! Sufoca-se aqui, então.
O sexo também. Te gosta à trepar, não? Comigo não.
Pergunto-me se já aprendestes a chupar. Vulgar, vulgo julgar.

Volto à estrada, aquela de chão batido, que faz soerguer os destruídos.
Distraído, perco o rumo e caiu em tentação, com o cú na mão.

E por momento, tomo novo alento.
Reanimo os destroços.
Procuro-te pelos escombros.

Banhado de brio e embriagado de demência, concluo que,
As tropas inimigas venceram e,
O que podia ser palpável, já não é mais.

Todavia, sou senhor do meu pensamento.
Sou proprietário e idealizador dos meus sonhos.
Isso é meu por direito e,
Ninguém poderá tirá-los de mim.

Aguerrido, te consumo aos soluços.
Te engulo à seco. Por fim,
Te amo calado.

Silêncio, inação absoluta.
Clima, árido. Semi breu.

Pausa. Pude ouvir a suspensão do som.
Acredite! Encontrei-te...

Estavas alheia e desamparada.

Trajava ódio e amor.
Carregava dor e rancor.

Te fiz como quis e, por fim,
Te deixei ir, sequer te toquei.

Enquanto isso, na estrada...
Chovia. O chão batido agora era lamaçal.
Minhas botas encalhavam a cada passo.

Como se não bastasse,
O vento me impingia a ir para trás, com muita violência e vigor.

Cada passo adiante, uma queda.
Por pouco, confesso, não me entreguei.

Minha musculatura estava tão rígida que, por hora,
Havia perdido toda sensibilidade do corpo, assim como os instintos.
Estava só e desprotegido.

Lembrei que trazia uma mala e, dentro dela,
Uma faca de cortar fumo.

Peguei-a, com suor frio na mão,
Estava tão tremula e úmida, que parecia doente.

Bravamente, arregacei minha vestimenta.
Fiz um rasgo em meu corpo, próximo ao peito.
Caído ao chão, provei do meu próprio sangue.

Daquele sangue espesso,
Guardo o aroma.
Somente o aroma.

Hoje, tempos depois,
Carrego uma grande cicatriz.

E, por sua vez, esta cicatriz,
Leva consigo uma grande história,
A qual prefiro não tonar público.

Sem mais delongas ou ficção,
Ainda te tenho no coração.

Concluo que,
Estarás para sempre gravada em mim.
Assim como essa grande cicatriz...

Amém,
Dé Henrique

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