Hoje, ao acordar, tive leve sensação de beliscar e tactear minhas confissões intrínsecas. Quem cá nunca se viu diante de tal? Então, como de costume, banhei-me lentamente, calcei-me da veste de sábado, passei um café ao amargo, passeei com as pontas dos dedos a empoeirada enciclopédia Delta. Há que confundir a alma, entorpecê-la.
Outro trago de café ao amargo. O frio, outrora tímido e discreto, está a urgir e se impõe como o senhor de alcovas, mandatário da situação vigente. Está para nos vestir e segregar as possibilidades. Nesta hora caio por mim e percebo o quão somos submissos ao tempo. É certo que vivemos a era da extravagância, estamos a plenos pulmões industriais, somo-nos a embarcação mais sisuda de todos os mares nunca dantes navegados, somo-nos, porém, uma matilha de cães raivosos a espera de réplica por parte do senhor de alcovas, o tempo.
Pergunto-vos! Quem cá nunca se viu diante de tal?
André Henrique De Santa Fé
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